Política em um minuto – 27/12/2022
A Câmara Municipal de Vitória deveria mudar o nome: aproveitar a sigla CMV e mudar para Câmara Melancia de Vitória. Eles terão que explicar a sociedade o que estão fazendo. Se dizem de direita, mas aproveitam que Armandinho está preso por criticar o STF e de maneira cínica estão dando um golpe e mostrando a verdadeira cara”.
Preso por criticar o STF e enquadrado como ato “antidemocrático”, o vereador Armandinho Fontoura (Podemos) está ameaçado de perder a presidência por conta de um questionamento feito pelo vereador Luiz Emanoel, antigo desafeto de Armandinho.
A vingança de Luiz Emanuel
O vereador Luiz Emanuel (Cidadania) está se empenhando para anular a eleição realizada pela câmara que elegeu o vereador Armandinho Fontoura presidente. Luiz Emanuel alega que a prisão do vereador Armandinho constrange a câmara de Vitória e que por esse motivo um novo presidente deve ser eleito. Mas, fica nítido que esse não é o motivo: Luiz Emanuel está se vingando do desafeto, que já foi seu funcionário, e tornou-se forte opositor.
Na sessão de hoje, terça-feira (27/12), às pressas, o vereador Luiz Emanuel solicitou que o atual presidente Davi Esmael (PSD) apreciasse seu questionamento e colocasse em votação um parecer pela realização de uma nova votação caso o vereador Armandinho Fontoura não compareça para a posse dia 01 de janeiro de 2023.
Covardia da direita
O que chama atenção é que os vereadores não estão preocupados com o motivo que leva a impossibilidade do vereador Armandinho Fontoura estar preso e o fato de não ter sido respeitado o devido processo legal. Fica mais clara a manobra quando identificamos que os vereadores por trás da obra (golpe) se declaram como vereadores da direita conservadora. O que será que o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) ofereceu aos seus comandados que os fizesse condenar um vereador preso por defender o pensamento da direita e ignorar o fato de que essa atitude pode desagradar os eleitores da direita de Vitória?
Alegar que o vereador não compareceu a posse e, por isso, o cargo está vago chega a ser hipocrisia com requintes de maldade. Nem a presença da mãe do vereador Armandinho Fontoura durante a sessão foi suficiente para que os vereadores refletissem sobre o que estavam fazendo.
Condenar Armandinho Fontoura a perda do cargo alegando omissão por não comparecer a posse chega a ser sínico e demonstra o caráter covarde do parlamento de Vitória. Se querem cassar o vereador que o façam, mas a forma covarde escolhida, envergonha mais o parlamento do que a prisão do vereador por ato antidemocrático.
E o Rachid?
O que chama atenção é que alguns dos vereadores, entre eles o próprio Luiz Emanuel, são investigados pelo Ministério Público por Rachid.
Dois pesos e duas medidas
Com certeza o vereador Luiz Emanuel vai alegar que ainda não foi condenado e que está se defendendo. Que bom que Luiz Emanuel oferece ao colega de plenário o mesmo tratamento que recebe. Até porque condenar sem julgar seria um absurdo, não é?
E Davi Esmael?
Nitidamente constrangido, o vereador Davi Esmael quer que o vice-presidente assuma essa abacaxi que no regimento chama de “renúncia presumida” como se não soubessem o motivo real que impossibilita o vereador Armandinho Fontoura a comparecer a própria posse.
Outra decisão que chamou a atenção por parte do vereador Davi Esmael foi o fato de, monocraticamente, decidir pelo plenário fechado e a proibição de assessores e imprensa. Parece que os vereadores tinham tanta vergonha do que estavam fazendo que não quiseram testemunhas.
Veja como cada vereador votou. Quem votou sim (S), votou contra Armandinho, quem votou não (N), votou para que o vice-presidente na chapa de Armandinho, Duda Brasil (União) assuma no dia 01 de janeiro de 2023 e decida o que fazer, e quem votou ausente (A) preferiu não opinar. O único que realmente esteve ausente na sessão, foi o vereador Armandinho Fontoura. Depois da votação, o ainda presidente Davi Esmael anunciou que hoje (27/12), às 14h, o prefeito Pazolini estará na câmara para prestar contas do mandato.
E Camila Valadão?
Parece que a única voz coerente foi da vereador Camila Valadão (PSOL). Mesmo opositora ideológica do vereador Armandinho Fontoura, preferiu não votar, por não concordar com o termo “renúncia presumida”.
E Anderson Goggi?
Já se arrependeu, vereador? Depois de concluída a votação, o vereador Anderson Goggi (PP) subiu ao plenário ara dizer que não entendeu o que votou e o que queria era justamente o oposto do que foi votado. Alguém entendeu? Nem ele.
Luiz Emanuel 2
Ao término da votação, o único que sorria no plenário era o vereador Luiz Emanuel. Por que será?
Assista na íntegra: Sessão ordinária 27/12/2022