sábado, 20 de abril de 2024 / 06:59
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Câncer de próstata: um homem morre a cada 38 minutos por causa da doença

No mês mundial de combate ao câncer de próstata ações de conscientização para incentivar os homens a fazerem o exame de toque retal é essencial para o diagnóstico da doença em fases iniciais.

Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a cada 38 minutos no Brasil, um homem morre devido à neoplasia. Ainda segundo o instituto, por ser um tumor silencioso, a grande maioria dos casos é apenas diagnosticado em fase avançada.

O câncer de próstata deve atingir 65.840 pessoas até o final de 2022. Cerca de 75% dos casos atingem homens com 65 anos ou mais e a doença mata mais de 15,5 mil brasileiros todos os anos. E com o atraso ainda maior nos exames, que ocorreu durante o período da pandemia, o cenário tende a se agravar, com uma tendência no aumento de diagnóstico apenas em estágios mais avançados.

O problema, apontam médicos e especialistas, é que muitos deixaram de detectar o câncer nos estágios iniciais, quando as chances de cura são mais altas e os tratamentos menos agressivos. Por conta disso, a conscientização do Novembro Azul se mostra ainda mais importante, comenta o oncologista Paulo Lages, do Grupo Oncoclínicas. “Ações informativas e práticas que estimulem os homens a buscarem o aconselhamento para diagnóstico do câncer de próstata, o segundo mais comum do Brasil, ainda em estágio inicial são sempre importantes, mas nesses dois anos se tornaram ainda mais fundamentais por conta da pandemia”, acredita.

“A grande barreira para os homens é fazer esse acompanhamento médico de prevenção. Há grupos que precisam ficar ainda mais atentos, como aqueles com parentes de primeiro grau que tiveram a doença ou afrodescendentes devem fazer a partir dos 45 anos, por terem propensão maior ao risco de desenvolver tumores de próstata”, acrescenta o médico.

Mesmo quando os sinais de problemas se tornam inegáveis, em muitos casos o diagnóstico efetivo da doença só acontece após insistência de parceiras ou mulheres próximas aos pacientes. Não à toa, 70% das mulheres comparecem às consultas médicas do companheiro, segundo levantamento realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem do Estado de São Paulo.

“Um dos principais objetivos do diagnóstico precoce, além de permitir a adoção de tratamentos menos invasivos e promover chances de cura que podem  passar de 90% em cinco anos na doença localizada, é evitar que o paciente tenha outros impactos à saúde em geral. Pacientes que têm o diagnóstico precoce de um câncer de próstata sem nenhuma dor podem ter apenas acompanhamento médico, poupando-os de possíveis efeitos colaterais do tratamento cirúrgico ou radioterápico. Por outro lado, quando o câncer de próstata tem características mais agressivas e é identificado em estágios mais avançados, o tratamento indicado acaba sendo mais intenso, requerendo cirurgia, radioterapia, bloqueio hormonal ou quimioterapia. O bloqueio hormonal, é o pilar principal do tratamento da doença avançada e reduz a testosterona. A falta desse hormônio pode gerar elevação no risco de doenças cardiovasculares, impotência sexual e distúrbios cognitivos”, explica a oncologista Mariane Fontes, do Grupo Oncoclínicas.

Entenda o Câncer de Próstata

No Brasil, de acordo com o Inca, o tumor de próstata é o segundo mais comum entre homens – ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. No começo, pelo fato dos sintomas serem silenciosos, o câncer de próstata é de difícil diagnóstico, já que a maioria dos pacientes apresentam indícios apenas nas fases mais avançadas da doença.

Casos familiares de pai ou irmão com câncer de próstata, antes dos 60 anos de idade, podem aumentar o risco de três a dez vezes em relação à população em geral. “Quando aparentes, os sintomas detectados como dificuldade para urinar, presença de sangue na urina e parada de funcionamento dos rins indicam a presença de doença avançada, além de sintomas decorrentes da disseminação para outros órgãos, tal como dor óssea nos casos de metástases ósseas”, destaca Mariane Fontes.

Por apresentar sintomas mais evidentes quando a doença já apresenta evolução, é recomendável que homens a partir de 50 anos (e 45 anos para quem tem histórico da doença na família) façam anualmente o exame clínico (toque retal) e a medição do antígeno prostático específico (PSA) – feita em unidades de nanogramas por mililitro (ng/ml) por meio de um exame simples de sangue – para rastrear possíveis alterações que indiquem aparecimento da doença. Quando há suspeita da doença no organismo do homem, é indicada uma biópsia através de ultrassonografia transretal para a confirmação do diagnóstico.

Como o câncer de próstata é tratado

O tratamento depende do estágio e da agressividade em que a doença se encontra. Eles devem ser projetados individualmente para cada paciente de acordo com o seu quadro clínico pessoal. “No caso em que a doença se encontra no estágio inicial e com características de baixa agressividade, o acompanhamento vigilante com consultas e exames periódicos deve ser discutido com o paciente, uma vez que é possível poupar os mesmos de algumas toxicidades que o tratamento causa”, pontua Lages.

“Nos outros casos de doença localizada, a cirurgia, a radioterapia associadas ou não a bloqueio hormonal e a braquiterapia (também conhecida como radioterapia interna) pode ser realizada com boas taxas de resposta positiva”, completa Mariane.

Quando os pacientes apresentam metástases, diversos tratamentos podem ser realizados, como o bloqueio hormonal, a quimioterapia, novos medicamentos que controlam os hormônios por via oral e também uma nova classe de remédios que são conhecidas como radioisótopos, partículas que se ligam no osso e emitem doses pequenas de radioterapia nestes locais.

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