O Brasil passa por um momento delicado nos setores da economia e da política e isso reflete diretamente no mercado de trabalho. Garantir uma vaga de emprego não está fácil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em 30 de junho, no primeiro trimestre do ano passado, a taxa de desemprego ficou em 13,3%. No mesmo período do ano anterior, a taxa era de 11,2%.
Assim, enfrentar a concorrência no mercado de trabalho, ficou ainda mais complicado, porque não depende só de uma boa qualificação profissional ou experiência. E como isso fica em relação aos portadores de deficiências? Neste caso, a Lei 8.213, obriga o preenchimento de 2% a 5% das vagas do quadro de funcionários reabilitados ou com deficiência para empresas com 100 funcionários ou mais. Porém, apesar de abranger todos os tipos deficiências, a dificuldade do candidato pode ser aumentada dependendo do grau da deficiência, por não ter como desempenhar as atividades necessárias para determinada vaga.
Segundo a Psicóloga, Coach e Executiva da Suprema Soluções em Pessoas, Sarah Rosado, as cotas têm papel importante para a inclusão de pessoas com deficiência. “As cotas são necessárias para inclusão, pois ainda se tem a ideia que a pessoa com deficiência é inferior à pessoa que não tem deficiência. Mas isso deve ser revisto, visto que se for avaliado o cargo versus talento e o comportamento, ser deficiente não fará o candidato menos capaz de realizar determinada função. Um exemplo disso é um candidato com deficiência auditiva leve, mas está pleiteando uma vaga de serviços gerais. Esse é um cargo que não demanda facilidade em comunicação. Daí um candidato com deficiência pode competir de igual para igual a outros que não possuem deficiência”.
A psicóloga completa que restrições, “estão ligadas com o tipo de atividade, se a função não exige determinada habilidade, nada impedirá o candidato de concorrer à vaga. E há mais oportunidades para cargos operacionais, dificilmente abrem vagas administrativas e de liderança”.
Para Maria Luisa Luchi que é cadeirante e Social Media, é muito difícil conseguir uma vaga, mesmo com ensino superior em Comunicação e cursos de qualificação e atualização na área. “Eu nunca trabalhei numa empresa de carteira assinada, apesar de já ter feito vários processos seletivos. Para mim, sempre foi muito difícil pelo fato da locomoção e da minha condição física que me limita bastante. O trabalho para deficientes é importante como para qualquer outro cidadão, porque estimula o convívio com outras pessoas, ajuda financeiramente e estimula a continuar se qualificando”, disse. Ela também levanta um tipo de trabalho mais conhecido pelos freelancers ou quem tem home office que é o trabalho em casa. “Eu apoio empresas com oportunidades para deficientes trabalharem em casa, têm empresas que já fazem isso com pessoas que não têm nenhum tipo de deficiência, assim melhoraria a inclusão tanto para o empresário quanto para esse trabalhador”, afirma Maria Luisa.