Moradora da cidade de Guarapari reclama do descaso da prefeitura com o mercado de peixe “meu Deus, a falta de limpeza no mercado de peixe esta ridícula” postou em uma rede social a moradora Silvana Aparecida. A falta de atenção por parte da prefeitura com o mercado de peixe chamou a atenção de outro morador que comentou: “o nome da cidade deveria mudar para Urubupari” postou Marcos Vinicius, demonstrando revolta com a quantidade de urubus no local.
Entenda o caso
Lançado com pompa pelo ex-prefeito de Guarapari Orly Gomes, o projeto Recicla Peixe tinha como objetivo resolver um antigo problema da cidade, os dejetos dos peixes comercializados no mercado de peixe de Guarapari. Antes do projeto Recicla Peixe, os dejetos eram jogados em caçambas de lixo e ficavam expostos até que a empresa responsável pela limpeza urbana fosse recolher e levar para um aterro sanitário. Por R$28.000,00 (vinte e oito mil reais), o ex-prefeito Orly Gomes adquiriu um contêiner frigorífico para armazenar os dejetos dos peixes que, através de uma parceria feita entre a secretaria de agricultura do município e a empresa FAPESA, eram recolhidos e utilizados na produção de farinha.
Para indignação dos frequentadores do mercado de peixe de Guarapari, os dejetos voltaram a ser armazenado em caçambas abertas, o que tem atraído urubus ao local, como mostra a foto postada pela moradora Silvana Aparecida.
Nossa equipe apurou que a prefeitura paga a empresa que recolhe o lixo na cidade uma media de R$250,00 reais por tonelada de lixo recolhido. O mercado de peixe produz uma media de 30 toneladas de lixo por mês na baixa temporada e uma media de 100 toneladas de lixo na alta temporada. Se o projeto Recicla Lixo não voltar a funcionar até o verão, além da sujeira e dos urubus, a população terá que arcar com um valor aproximado de R$200.000,00 (duzentos mil reais) com o recolhimento e descarte dos dejetos no aterro sanitário.
local, que faz parte do programa de obras do Governo do Estado, como maior investimento da gestão do Governador Paulo Hartung em Guarapari, 40 milhões de reais foram destinados para a região, faz parte do projeto de revitalização do centro da cidade, apresentado pelo ex-prefeito Orly Gomes, como alternativa para geração de emprego e renda traves da atração de turistas para o local. O pescador Seu Luiz lamenta o abandono “É uma pena que esteja parado o contêiner frigorífico. Com o projeto Recicla Peixe muitos turistas passaram a elogiar a limpeza no local. Esse fim de semana tinha tanto urubu que vários fregueses reclamaram com a gente.” contou Seu Luiz. A moradora do centro da cidade, Ana Luiza também lamento o fato “Estou ouvindo o depoimento do pescador e espero que a prefeitura não tenha cancelado o projeto por ter sido feito pelo ex-prefeito. A cidade não pode mais conviver com essas brigas políticas. Se o projeto funcionava precisa voltar. Essa sujeira não pode continuar)
A prefeitura de Guarapari informou que esta providenciando um novo processo de licitação para consertar o contêiner frigorífico que está danificado, mas não informou o prazo para que isso ocorra.
Conheça o Reciclapeixe
Com capacidade de carga de 7 mil kg, a câmara aumentou a capacidade de armazenamento do material de reciclagem do Projeto Reciclapeixe em Guarapari, além de evitar o descarte irregular do lixo proveniente do pescado, evitando o mau cheiro no local.
A aquisição foi realizada pela Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Expansão Rural (SEMAPER), num valor aproximado de R$ 28 mil reais, proveniente de recursos próprios do Município.
Durante a inauguração, o gerente geral da Farinha de Peixe Anchieta (FAPESA), Jucimar Paulo Malini, ressaltou a importância econômica e ambiental do projeto. “É muito importante que o município esteja pensando em ações de reaproveitamento do que seria lixo dentro da cidade. O projeto reduz o impacto ambiental e proporciona um ciclo contínuo de aproveitamento da matéria.”, explicou Jucimar.
Reaproveitamento
inda segundo ele, todo o material é reaproveitado, inclusive a água. “A água representa 70% do material. Através de processo não químico, reutilizamos a água para irrigação do eucalipto que utilizamos nas caldeiras. É um ciclo 100% sustentável”.
A empresa, pertencente ao grupo Nutriave, é parceira da prefeitura no Projeto Reciclapeixe e utiliza tecnologia avançada para o processamento industrial de subprodutos da pesca (peixes sem interesse comercial, vísceras, cabeças, espinhas e demais restos). O processo converte a matéria prima em óleo e farinha de peixe para o reaproveitamento como alimentos para animais.
Reportagem, Joice Biane.