sexta-feira, 6 de dezembro de 2024 / 16:42
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Coluna de Opinião: Guaraparis, um por todos e todos por um

Coluna de Opinião

Ricardo Rios


Num tempo não muito distante, numa fala mal interpretada, o ex-prefeito de Guarapari, Orly Gomes, disse que a cidade precisava de turistas que gastassem aqui mais de R$ 200,00 por dia, fazendo surgir ironicamente um codinome para a cidade, GuaraParis, em alusão à capital francesa.

E por falar na França, retrocedendo ao século XVII, no reinado de Luiz XIII, havia uma tropa de elite do rei, conhecida na obra de Alexandre Dumas como Mosqueteiros, porque além das espadas, utilizavam mosquetes (espécie de revolver).

Dentre os integrantes da tropa, destacava-se um grupo de três mosqueteiros, Athos, Porthos e Aramis, que ganhou força com a chegada de D’Artagnan. Este grupo era a resistência aos planos do Cardeal Richelieu, que mesmo na corte do rei, desejava se assentar ao trono. “Um por todos e todos por um”, era a frase usada pelo grupo, apesar da mesma ter surgido em 1291, na união dos três estados da Suíça.

Há similaridades na Paris do século XVII e GuaraParis atual, guardadas as proporções? Certamente! Aqui Zé Preto, Rodrigo Borges e Gedson formam o trio que resiste as articulações de influente empresário. O que não se esperava era a chegada de um novo mosqueteiro, Wendel Lima, que tal qual D’Artagnan, era amigo do rei – Magalhães, desde os primórdios.

Tendo os mesmos objetivos, todos por um trono, a batalha entre eles se dá nos bastidores e nos corredores da política. Ocorre que neste campo, o empresário transita muito melhor que todos os mosqueteiros juntos, pois também sabe ser espadachim, no entanto, com os súditos – eleitores – deste reino, os mosqueteiros têm maior influência, por enquanto.

Assim como na obra, Athos – Zé Preto, deixa o grupo mais cedo, assim como na vida real, pois, o deputado parece ter desistido da candidatura, já que está mergulhado depois de ações atabalhoadas. Por outro lado, Porthos – Gedson, indicado a mosqueteiro, continua na batalha, mas, preterido pelo empresário.

Já Aramis – Rodrigo Borges – sobrinho de influente mosqueteiro, está determinado, chegando a intimar o partido: “Um por todos e todos por um?”. Rodrigo já tem o plano “B”, como demonstrado na semana passada em fotos com o mosqueteiro Zema, indicando que o partido Novo ficará com ele.

D’Artagnan – Wendel Lima, apesar de ter chegado por último, e ter sido amigo do rei, parece o mais estruturado politicamente. Tem um forte grupo político formado por várias lideranças e tomou posse do MDB. Contrariamente a impulsividade de D’Artagnan, Wendel está caminhando a passos calmos sem o tilintar das espadas.

Diferentemente de Paris do século XVII onde Richelieu quer o trono e os mosqueteiros defendem o rei, em GuaraParis do século XXI todos desejam se assentar ao trono. Divergente de “um por todos e todos por um”, aqui, por enquanto é “cada um por sí e Deus por todos”. Destoante ainda de lá, aqui os súditos é que escolhem o seu rei, fato a saber no dia 06 de outubro de 2024, após o rufar silencioso das urnas eletrônicas.

O conteúdo do texto é exclusivo e de responsabilidade do autor

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