A Casa Espírita Cristã (CEC), que fica no Ibes, Vila Velha, recebeu sexta-feira (22), a psicopedagoga Jane Maiolo para falar sobre “Viver, a única opção. Uma reflexão sobre suicídio e depressão”.
Jane faz palestras sobre o tema por todo o Brasil e afirma que é preciso falar sobre o assunto, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), sem destacar as qualidades das pessoas que se suicidam, pois o suicídio é uma questão de saúde pública. “Existe uma falsa ideia de que falar sobre o suicídio incentiva o ato. A OMS fez uma pesquisa e constatou que é preciso falar sobre o suicídio, pois é uma doença”, afirma Jane.
O Projeto de Lei do Senado n° 163, de 2017, Institui a Semana Nacional de Valorização da Vida que é realizada, anualmente, no período que compreende o dia 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O PL visa estimular o trabalho integrado e multidisciplinar destinado ao combate e à redução do suicídio, que é a segunda maior causa de morte entre os jovens no mundo.
Além disso, existem grupos de voluntariados que trabalham em prol do combate ao suicídio como o Centro de Valorização da Vida (CVV) que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar.
Há grupos de diferentes religiões que também fazem um trabalho importante nesse sentido e uma intensificação no ‘Setembro Amarelo’, mas Jane reforça que é preciso informação e qualificação para realizar um atendimento fraterno nesses casos delicados. “As casas espíritas precisam ter acolhimento. Formar grupo de atendimento fraterno com formação específica, pois o suicídio está ligado à doença mental. O CVV é uma ótima opção para ter orientação e poder ajudar as pessoas. É importante falar sobre o suicídio que é um tema delicado, por isso é preciso se fortalecer. Como palestrante, o estudo também é necessário porque enquanto ele fala, a espiritualidade atua e quebra a ideia fixa”, disse Jane.
Segundo o relatório da OMS, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo. Só em 2012, 804.000 pessoas se suicidaram. A palestrante apresentou sintomas de depressão e suicídio como culpa, alterações no apetite, sono e libido, falta de ânimo entre outros que podem alertar pessoas mais próximas a alguém que esteja nessa situação ou até mesmo pessoas que se sentem assim para incentivar a procurar ajuda. “O suicida não quer morrer, ele quer acabar com o sofrimento. É preciso investigar, estar atento e procurar ajuda de médicos para o tratamento físico aliado ao tratamento terapêutico na casa espírita, no trabalho do bem constante e criar redes de proteção como os laços familiares e grupos de ajuda. Quando passamos a nos preocupar e ajudar o próximo, a nossa dor diminui e percebemos que a dor do outro é muito maior. Viver é a única opção”, finalizou Jane.
Mais informações sobre o CVV: cvv.org.br /Ligue: 188
24/06/2018
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