O prefeito Edson Magalhães possui ampla base na Câmara de Vereadores e por isso consegue aprovar seus projetos com prioridade, impedindo que a oposição consiga ao menos aprofundar o debate. Mas na sessão de ontem, quinta-feira, 17/08, a maioria dos vereadores se recusou a votar o polêmico projeto de Lei n° 108/2017, que busca favorecer grandes devedores do município, oferecendo descontos e parcelamento aos devedores de valores superiores a 500 mil reais.
O presidente da câmara, afilhado político de Edson Magalhães, conseguiu aprovar a quebra de interstício, solicitada pelo líder do prefeito, o vereador Clebinho Brambati, com o objetivo de apressar a votação. Mas quando o relator da comissão de finanças, vereador Thiago Paterlini, quis discutir o projeto, o vereador Wendel o interrompeu e pediu pressa ao colega no plenário. O mal-estar ficou evidente quando o vereador Thiago retrucou afirmando que tinha direito ao tempo regimental para falar e que iria apresentar uma emenda ao projeto. Ao término da fala de Thiago, o vereador Wendel, usando a prerrogativa de presidente, o que é proibido pelo regimento, respondeu mais uma vez ao vereador Thiago de que não sabia que seria apresentada uma emenda, evidenciando claro descontentamento com o fato.
Acompanhando o parecer do relator Thiago Paterlini, o vereador e presidente da comissão de finanças, Marcos Grijó também votou a favor da emenda que modifica o projeto de iniciativa de Edson Magalhães. O voto do relator também foi acompanhado pelo vereador Zé Preto, membro da comissão de finanças.
Segundo informações de um servidor da câmara, a discussão se estendeu para a sala de reuniões dos vereadores e parte da base de apoio ao prefeito se recusou a seguir a orientação do presidente da câmara e não voltou ao plenário para votar o projeto, que teve sua votação adiada para a sessão da próxima terça-feira, dia 22/08.
Turma do Amém
Dos 17 vereadores de Guarapari apenas três vereadores se posicionam como oposição: Dr. Rogério (PRP), Gilmar Pinheiro e Denizart Luiz, ambos do PSDB. E os vereadores Enis Soares (PEN) e Marcos Grijó (PDT) que se apresentam como independentes. Dessa maneira, Edson Magalhães conta com uma base de 12 vereadores que foi apelidada pelo Dr. Rogério como a “Turma do Amém” uma alusão ao fato de que os vereadores aprovam os projetos do prefeito sem questionar. Mas essa situação parece estar com os dias contados.
No meio político de Guarapari, a informação que circula é que boa parte dos vereadores da base está insatisfeita com a falta de atenção do prefeito aos pedidos deles. O que se comenta nos corredores da câmara é que Wendel estaria sendo favorecido por Edson em detrimento aos outros vereadores da base.