A construção da nova sede da prefeitura de Guarapari, na Praia do Morro, está sendo investigada pelo presidente da Comissão de Economia e Finanças, vereador Marcos Grijó (PDT) há quase um ano.
Durante uma entrevista realizada na Câmara Municipal, na tarde desta quarta-feira (13), o parlamentar revelou que a Comissão de Economia e Finanças realizou uma visita no prédio pouco depois que ele foi adquirido pelo município. Segundo Grijó, após constatarem que o prédio comprado estava inacabado por muitos anos, os vereadores convocaram o então secretário de Obras, Emanoel de Oliveira Vieira, para dar explicações sobre a estrutura do prédio. “Eles falaram que iria ser feito o tratamento das ferragens e que a empresa contratada só para tirar os rebocos. Nós questionamos que aquilo era um prédio residencial construído em um momento em que o PDM era um e ele sofreu alterações. Portanto, não atendia a legislação atual. Há também um processo de corrosão ali e perguntamos se eles não tinham medo de que isso daqui há 10 ou 20 anos caia. Mas, eles falaram que estavam sendo retirados alguns pesos e paredes estavam sendo quebradas”, disse o presidente.
Preocupado com os riscos que o local poderá oferecer, em março de 2018 o parlamentar solicitou ao Tribunal de Contas que fizesse uma vistoria técnica na obra. “O Tribunal de Contas levou a matéria ao pleno para análise das fotos que mostramos o processo corrosivo no prédio e isso foi julgado com os nossos questionamentos sobre as três sedes da prefeitura, venda de uma área para com os recursos fazer uma sede que foi iniciada e abandonada, aquisição de outra, a questão que a obra parada há mais de 20 anos não atende ao PDM, o processo corrosivo que se instalou na obra e a segurança que ela ofereceria as futuras gerações. O pleno julgou favorável aos nossos pleitos e enviou ao Ministério de Contas do Tribunal de Contas uma solicitação para a realização de uma auditoria no prédio”, afirmou Grijó.
De acordo com o presidente da Comissão de Economia e Finanças, a auditoria, que será realizada pelos engenheiros do Tribunal de Contas para analisar a viabilidade, a continuidade e os gastos da obra, deve acontecer entre o final de fevereiro e início de março. “Nós enquanto Comissão de Economia e Finanças e vereadores estamos questionando os órgãos competentes, que são o Tribunal de Contas e o Tribunal de Justiça. A partir do laudo do Tribunal de Contas se não paralisarem a obra, nós vamos entrar na justiça para paralisar”, revelou o vereador.
Até o momento os gastos do município com a nova sede foram de aproximadamente R$ 6 milhões, incluindo os mais de R$ 2 milhões da compra do imóvel. “Vejo esses gastos como um grande erro de gestão. A área que foi vendida foi no comprometimento de se fazer a nova sede, foi iniciada a obra e depois abandonada. Então já há um investimento público abandonado. No segundo momento, já foi adquirida uma estrutura com problemas visíveis por qualquer cidadão para se tornar uma área pública com um volume vultuoso de recursos. Foram gastos quase R$ 6 milhões e não tem nada lá. O prefeito não está dizendo nem vai garantir que depois não vai precisar de mais dois ou quatro milhões para terminar”, criticou o parlamentar.