sexta-feira, 29 de março de 2024 / 12:32
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Escola sem partido, professor sem paixão

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O movimento “escola sem partido” incentivado por grupos de extrema direita ganhou coro no sentido de que a educação deve ser neutra, laica e sem ideologias religiosas, morais, políticas e partidárias principalmente por parte do professor que, segundo o movimento, aproveita-se da obrigatoriedade do aluno assistir as aulas para propagar formação ideológica geralmente ligada a ideologias de esquerda ou extrema esquerda.

Por outro lado, os professores passaram a protestar contra o que classificam de “lei da mordaça”. Segundo os docentes, o movimento tenta controlar o que se pode ou não dizer em sala de aula como se fosse possível, ou mesmo desejável, ensinar sem ideologias.

É preocupante a redução do professor ao papel de transmissor de informações pasteurizadas, sem ideologia e, assim, sem paixão. Importante lembrar que mais do que informação, a escola é lugar de inspiração para os alunos que, sim, buscam uma ideologia para organizar mentalmente a experiência humana neste mundo de relações sociais extremamente complexas. Como diria Cazuza, ideologia, eu quero uma pra viver.

Beira a ingenuidade a crença em uma educação absolutamente “neutra”. Seja nas palavras do professor ao ministrar a aula, ou nos livros didáticos, o que se deve pretender é a apresentação dos mais diversos temas e autores de forma instigante, abordando as principais versões, teorias e perspectivas, estimulando o estudante a fazer uma leitura crítica da realidade e, com liberdade e consciência, se posicionar como cidadão. Professores com a devida ética profissional fazem isso.

Qual adulto não guarda na lembrança a figura daquele professor de história que falava sobre Marx com a paixão de um revolucionário? Mais do que uma teoria, aquele professor ensinou a importância da esperança em uma sociedade mais justa. E, em geral, esta é a principal lição. Professores apaixonados com suas ideologias servem de modelos, preferencialmente a serem assimilados e superados.

A escola, os professores, os líderes religiosos e políticos vão sempre buscar abordar nossos filhos com seus ideais ou propostas e, cabe à família demonstrar quais são os valores que devem guiar a formação daquele indivíduo, conversando sobre o que o filho aprendeu no dia.

Doutrinação nunca; ensinar a pensar com paixão, sempre.

*Os artigos publicados pelo colunista são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Realidade Capixaba.

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