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Coluna “O Ser e a Lei” – Em torno da ética (Da moral à ética)

Desde o momento em que os homens decidiram viver em sociedade, nota-se, folheando-se a história, que passou a haver a preocupação de se estabelecer condições para a vida de relação, buscando dentre outras riquezas, o entendimento, a harmonia, o progresso e a paz.

Mas, verificaram, desde logo, que ao lado dos bem intencionados, apareciam os que eram portadores de ideias negativas, que objetivavam interesses próprios, cuja base era o lucro ilícito, ou o prazer baseado na paixão desenfreada. Passaram, então, os homens de alhures, a buscar meios e instrumentos legítimos para conter a força que surgia. Força que pegava os grupos desprevenidos causando-lhes sérios e profundos danos, tanto no aspecto material quanto no aspecto moral e intelectual da coletividade.

Somente com muito estudo dos meios de convivência, analisando o ser humano em sua origem e seus pressupostos de vida, é que começaram a encontrar os mecanismos para a corrigenda de percurso.

Mesmo assim, os conflitos entre os bons e os maus continuaram e, aparentemente, causando grandes estragos às nações de todos os cinco continentes. Há cada catástrofe humana, mais e mais dúvidas foram surgindo, demonstrando que algo de suma importância ainda estava faltando.
Passaram, por via de consequência, a surgir, paulatinamente, os filósofos-cientistas sociais, evidenciando a necessidade do desenvolvimento daquilo, que, mais tarde, passaria a ser a principal pilastra de sustentação do próprio ser humano: A Educação.

Dali por diante, dentro das possibilidades de cada época, foram surgindo técnicas do processo educacional, íntimo e interno, num primeiro plano, que propiciaria no campo externo/exterior, num segundo plano, uma mais sadia forma de comportamento e de vida de convivência.

Começava a era do crescimento espiritual, evidenciando alguns, que sem o “conhecimento de si mesmo” não haveria estruturação interna moral; que, sem o “conhecimento da verdade” não haveria plena liberdade.

Demonstravam através de estudos filosóficos que sem os pressupostos do conhecimento da verdade, o indivíduo navegava na escuridão, sem definição do objetivo a alcançar, sem diretriz e sem rumo certo.

Confirmava-se, com base na amostragem social, que a primeira necessidade do ser humano era a Educação, como autêntica fornecedora do material primordial para a construção da “casa sobre a rocha”, e, não mais sobre a “areia”, onde a primeira onda mais forte a desmantelaria.

Reconhecia-se para o contexto social a presença indispensável das regras de comportamento mental/moral (pensamento), de expressão, de comunicação e dos atos jurídicos, em todos os grupos.

A integração dos Direitos naturais em consonância com os Direitos individuais, abrangendo todos os cidadãos, sem qualquer tipo de discriminação, foram dando origem aos comportamentos éticos (exteriores) que, em análise mais profunda, expressam as diretrizes que devem nortear, em todos os seus aspectos o homem.

A ética, portanto, deve ser traduzida pelos meios instrumentais que devemos possuir, embasada no bojo moral (interno), propulsionadora de respeito aos direitos individuais e coletivos. E, assim levada, fará nascer dentro de cada um a tranquilidade que desaguará na tão almejada “consciência tranquila”.

O maior filósofo que veio até nós – JESUS – deixou o maior e mais perfeito Código de Moral e Ética, que, estudado, entendido, compreendido e exercitado levará, com certeza absoluta, o seguidor, ao encontro do mundo novo das boas obras, consubstanciadas no respeito, na integridade, na harmonia e no amor. (crístico)

Quando disse que “deveria ser dado a César o que era de César e a Deus o que era de Deus”, elucidava objetivamente todos os conflitos humanos-sociais, passando para os homens a ideia pura e cristalina da boa convivência, onde cada um deveria se contentar apenas com aquilo que lhe pertencia, deixando de querer possuir o que não lhe era de direito.

Quando afirmou que a melhor maneira de viver era “somente fazer ao outro aquilo que gostaria que lhe fosse feito” , conjugado com outras afirmativas, ilustrava, inclusive com os próprios exemplos , que a única maneira de a sociedade crescer sobre bases sólidas era a observação dos postulados éticos, onde não havendo infratores não haveria lesados e, sim, o progresso das criaturas, a harmonia de vida e de costumes, podendo-se alcançar a verdadeira paz social.

Concluímos, na verdade, que, enquanto cada um não tomar a decisão íntima de remodelar os valores morais, de retificar os costumes apaixonantes (pais, filhos, profissionais, patrões, empregados, políticos, autoridades, religiosos, etc.), de buscar a construção de um homem novo, integral, continuaremos iludidos, praticando atos de vida que continuarão a nos levar aos abismos da loucura, dos vícios, dos maus costumes, da corrupção, dos conflitos da fome, das guerras frias, etc.etc.

Ou tomamos corajosamente a atitude de seres eternos, que devem buscar a perfeição, ou, infelizmente, estaremos abrindo, casa vez mais, o vale da desesperança, da angústia, das dores e dos sofrimentos mais agudos.

No que se refere aos componentes da sociedade organizada, hoje, a medida que vão assimilando os conceitos científicos e filosóficos da moral/ética vão, metodicamente, deixando para trás as mazelas que causavam os “cânceres sociais”, para ampliarem o campo das virtudes que ajudam, sobremaneira, a construção de um espaço mundano de mais respeito e perfeita harmonização de interesses. Somente o comportamento moral/ético das criaturas é que proporcionará uma sociedade mais sadia, calma, cumpridora , efetiva, de seus deveres.

dr. marcelo

Marcelo Paes Barreto

Defensor Público Estadual desde 1978, Advogado, Professor Universitário desde 1979, Articulista, Rotariano, Espírita. Pós-graduado em Direito Civil e  Penal e Psicopedagogia. Vice-Presidente e Diretor de Doutrina da Federação Espírita do ES de 1992 a 1995. Presidente da Feees por dois períodos, de  1995 a 2001. Expositor com mais de 1.700 apresentações e mais de 30 trabalhos publicados. Membro efetivo do Conselho Superior da Federação Espírita Brasileira.Membro fundador (2003) e Presidente da AJE-ES – Associação Jurídico Espírita do Espírito Santo.

O conteúdo do texto é exclusivo e de responsabilidade do autor.


 

13/08/2018

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