A pedido do Portal Realidade Capixaba o professor das disciplinas de Marketing e de Empreendedorismo do Departamento de Administração da UFES, Dr. Anderson Soncini Pelissari, fez uma análise sobre o momento de crise que o país vive e a importância da criatividade como ferramenta do empreendedorismo.Confira:
A partir de publicações do SEBRAE, principal entidade a favor e apoio às micro e pequenas empresas, pode-se obter uma identificação mais clara e objetiva, principalmente, sobre qual é a visão hoje do papel da microempresa e o que ela necessita para sobreviver, devido a atual situação econômica do país.
Apesar do grande número de empreendimentos e de sua importância social e econômica, seu índice de fracasso é elevado. Estima-se que no Brasil 80% destes empreendimentos fecham suas portas nos primeiros dois anos de vida e muitos não chegam nem mesmo a completar um ano de vida.
O desenvolvimento tecnológico, capaz de proporcionar simultaneamente o aumento da oferta de bens e serviços, a redução dos custos dos produtos e a melhoria da qualidade dos produtos pode no entanto trazer como efeito colateral indesejável, redução nas oportunidades de trabalho. Disto resulta um paradoxo: enquanto cresce aceleradamente a oferta global, constrange-se a demanda, em função de possível desemprego. Como contra tendência faz necessário empreendedorismo com geração de inovações que ampliem oportunidades de trabalho, emprego e renda.
Na atual conjuntura brasileira esta é a mais grave questão que se enfrenta, ao lado dos persistentes níveis de pobreza os quais, aliás, o desemprego contribui para agravar. Por isso, é indispensável que se adotem medidas capazes de neutralizar a tendência de eliminação dos postos de trabalho, ademais exacerbada pela política de juros altos, considerada necessária para manter a inflação em patamares civilizados.
A própria estabilidade da moeda, afinal, terá pouco significado se não forem duradouros os benefícios gerados para a população, especialmente para seus segmentos mais pobres. E para que isto aconteça é mister manter o crescimento da oferta de bens e serviços, em um lado, e de outro ampliar a capacidade da economia de gerar empregos, compensando as tendências adversas de ordem estrutural e conjuntural. Tais objetivos não serão atingidos sem participação das micro, pequenas e médias empresas. As grandes corporações apostam no avanço tecnológico, que libera mão-de-obra. E o setor público, que em outras épocas impulsionava a economia e ampliava direta ou indiretamente a oferta de ocupações, hoje já não desempenha esse papel e tende mesmo a reduzir seus quadros.
Assim, o empreendedor tem uma importância ímpar para o crescimento econômico, em todas as partes do mundo, cada vez mais evidenciada, especialmente pela sua capacidade geradora de empregos e renda.
Prof. Dr. Anderson Soncini Pelissari
Prof. das disciplinas de Marketing e Empreendedorismo do Departamento de Administração da UFES
Muito bom artigo! Perfeita a análise! Parabéns.